Hoje eu acordei assim...
Por Carla Giglio
Imagino que nesse momento você já compreendeu dois
importantes pontos da TCC falados aqui no blog: Modelo Cognitivo e Psicoeducação.
E vou bater nessa tecla de compreensão desses dois pontos, pois eles são
fundamentais pro processo terapêutico, e isso porque a Terapia
Cognitivo-Comportamental é uma abordagem estruturada, diretiva, ativa com
propósito de focar no problema.
E que tipo de problemas?? Ahh, tem dos mais variados!
Tristeza, ansiedade, mau humor, medos, irritabilidade, manias, timidez e por aí
vai...
A verdade é que quando nos damos conta, já aconteceu, não é
mesmo? Vejo muito isso no consultório, se o problema não for declarado, não
afetar de imediato, não for de cara limitador, dificilmente a pessoa vai
recorrer à ajuda, e aí quando for procurar é porque já está há um tempinho em
sofrimento.
Eu sei, é difícil mesmo admitir nossas dores, nossos medos,
nossas angústias, afinal, elas já estão ali há tanto tempo, não é mesmo!? Fica
mais confortável não mudar de lugar, não fazer diferente, no entanto permanecer
no mesmo modo de ser, faz com que a gente acumule sofrimento, um pouquinho a cada
dia. E aí, a responsabilidade é sua, pois esse movimento de fazer diferente vai
partir da sua escolha, sua decisão.
Uma boa maneira de avaliar se tem algo que não está legal,
seria pensar em termos de limitação, ou seja, se esse problema tem te impedido
de fazer coisas na sua vida, pois você pode se sentir desanimado e sem energia para
realizar coisas ou você pode ficar pensando em inúmeras alternativas antes de
tomar uma decisão e ainda sim, não sentir-se seguro pra tomar essa decisão, você
também pode ter dificuldades de se relacionar com outras pessoas por vergonha e
preocupações sobre o que os outros podem achar de você e por isso evitar
lugares e situações.
Confrontar esses problemas é confrontar seus pensamentos
mais interiores (os TCC’s chamam de crenças centrais), e fazendo uma
analogia, seria como abrir um baú que está há um certo tempo fechado e onde tudo já está bem
acomodado, não necessariamente da melhor maneira, mas de modo que você já se
acostumou. Daí, avaliar o que entra, o que deve ficar e o que deve sair, dá um
medinho né?
“Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se
sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício interior.” (Clarice
Lispector)
E hoje, você acordou se sentindo como??
Realmente, cada vez mais no nosso dia a dia, somos impelidos a TER que seguir em frente, independente dos nossos medos. O que não pode acontecer é deixarmos nos paralisar, pelos medos e inseguranças, os quais não deixam de ser sentimentos necessários no tempero da nossa personalidade.
ResponderExcluirMuito legal isso que você escreveu sobre os sentimentos serem necessários!
ExcluirAo contrário do que algumas pessoas podem pensar, medo, ansiedade, entre outros, são emoções adaptativas e podem servir como importante meio de comunicação, afinal, nos protegemos de perigos reais graças a eles.
Bjs
Acho curioso isso que vc pontuou das pessoas deixarem passar de certo ponto, aguentar o sofrimentozinho diario, gradual ate chegar o ponto que nao da mais. Eh tao incoerente ne? Porque temos forca para aguentar todos os dias o sofrimento e quando mais tarde ele atinge um pico horrivel achamos que nao vamos dar contra, que nao temos forca para enfrentar. Costumo mostrar para os meus pacientes o quanto eles sao fortes e admiraveis por passarem anos tentando vencer o sofrimento dia a dia , realmente nao tem nada de fracos e incapazes como costumam sensor ne? Haja forca !
ResponderExcluirOtimo post, gostei muito!
Muito bem observado, Angélica! Somos mais capacitados do que imaginamos, mas temos que arriscar!!
ExcluirBjs