Quando ser persistente e quando deixar prá lá?

Por Angelica Prazeres

Quando ser persistente e quando deixar prá lá? Dúvida recorrente...e como saber?

O senso comum (lê-se: frases do Facebook na timeline de quase todos) não cansa de dizer que não podemos desistir e associar o sucesso (em qualquer área da nossa vida) à persistência. 




Tudo bem, não serei eu a chata a dizer que não é bem (e sempre) assim.

Ah, não. Serei eu a chata sim! :)

Vou falar: a verdade é que nós psicólogos acabamos ganhando dinheiro porque levamos semanas (meses, anos!) até conseguirmos finalmente desmitificar certas crenças do senso comum que estão entranhadas na cabeça da maioria das pessoas como regras, motivações, base para gente seguir algo.

Peraí gente, já falamos de certeza, de expectativa, de mudança de pensamento, de culpar os outros pelos nossos atos.... e tudo sempre dando uma ideia final de: temos que buscar a mudança passo a passo, gradual, agir, blá, blá blá. E agora, justo eu venho querer falar que persistência não é necessariamente o caminho?!!

É por aí mesmo.

Mais do que persistentes, precisamos ser questionadores. Ou melhor, antes da persistência precisamos aprender a habilidade de questionar, informar-se, dosar, botar na balança, equilibrar-se e decidir. 
Isso tudo vem antes da tão importante decisão de persistir ou não. 

E aí sim vem o embate razão x emoção,  a conta lógica na cabeça se vai dar ou não para se comprometer e fazer ou se LOGICAMENTE não dará certo. 
Nesse meio do caminho uma visão estratégica sobre a vida acompanhada de uma dose de motivação e otimismo pode ser um empurrão e tanto para a decisão de persistir. 
Agora por outro lado, alguns têm a auto-estima tão lá embaixo que nem se dão o trabalho de pensar logicamente se vai dar ou não, pois já pararam no "vai dar muito trabalho, não vai valer a pena". 

Mas como ter a clareza para avaliar que de fato não conseguimos fazer algo, que não temos habilidade para desenvolver o que é necessário ou falando de uma forma bem simples, que a verdade é que "pra mim não rola"?!? 
Como conseguir separar essa avaliação daquelas derrotistas, pessimistas, desencorajadoras e às vezes grosseiras que ouvimos e até que às vezes falamos para nós mesmos?! 

Uma coisa que aprendi é a sempre ouvir com muita atenção e receber de peito bem aberto todas as críticas (principalmente as dos invejosos e "sem noção" de plantão que adoram falar mal dos outros!!). 

Porque pensem comigo... 

Se eu conseguir pesar a critica, ver até onde ela faz sentido, dosar os prós e contra e depois me empenhar em me modificar, quem é que vai ter alguma coisa para falar de mim?! 
Os invejosos de plantão naturalmente vão ter que arranjar outro alvo para nutrir a vida vazia deles e eu estarei....ah eu estarei em outro nível, mudada, a cima de críticas que já são irrelevantes...ou seja, o máximo, né! ;)




O que eu quero dizer é que infelizmente leva tempo para...
nos conhecermos,
tomarmos consciência (e mais controle) dos nossos pensamentos, 
para sacarmos quando a gente está se sabotando, 
quando a gente esta é mesmo querendo ficar na mesma situação porque apesar do incômodo e das críticas acaba sendo conveniente...

O que eu acho extremamente infantil (e nem um pouco produtivo para ninguém) é aquela pessoa que recebe uma crítica, nem digere e já vem com 7 pedras na mão, emburra a cara, fica pau da vida por ser criticado e dá uma resposta que não é coerente do tipo "mas você também quando acontece algo do tipo faz assim assado...". Opa, estávamos falando de quem mesmo? 
Eu como psicóloga que sou, fico logo esperta quando algum paciente  responde algo super na defensiva (Oba! tem bastante coisa aí escondida para investigar!!Caso valha a pena né?). 
Então, imaturidade a gente sabe que não há lá muito o que se discutir: aprenda a ser responsável pelas suas escolhas e principalmente pelos respingos, ops, pelas consequências dela.

Mas eu nem estou falando dos imaturos. 
Eu estou falando dos adultos, maduros, seguros de si, que ainda sim, volta e meia se prendem a ideia que a persistência é o único caminho. Que todos a volta estão errados. Que todos são invejosos e fracassados e só estão querendo te ver por baixo. Algumas vezes, até com essas pessoas mesquinhas aprendemos muito!
Eles podem ser invejosos e estarem certos ao mesmo tempo, lembre-se sempre disso! :)

Pois é, eu infelizmente não tenho resposta pronta para primeira pergunta lá de cima...
Mas acho que ouvir e questionar são caminhos formidáveis para começar a encontrar essa resposta. 




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