Possível x Provável

Ah, se tudo que eu gostaria que acontecesse fosse provável e não somente possível... 

Como já falei antes, uma das coisas mais interessantes que aprendi na vida foi a diferenciar o possível do provável e assim a dosar melhor as minhas expectativas naturalmente. 


Pra começo de conversa, preciso dizer que nunca concordei com esses conselhos sobre "baixar expectativas". 

Você fica triste porque esperava que aquela reunião no trabalho fosse te gerar uma promoção muito em breve, mas nada acontece e...tem sempre um pronto para dizer que "de repente, não era para ser, melhor não ficar criando expectativas em cima disso, deixa rolar"; 
Você fuça à beça, até que escolhe com o maior rigor o cara que você quer que seja seu companheiro para a vida, mas a vida te dá uma rasteira e você se decepciona...pronto! Pode ter certeza que virá uma amiga para te consolar e dizer que, "de repente, suas expectativas em relação a ele eram muitos altas, ele não era tão bom para você". 

Agora me diz, baixar as expectativas pode até resolver a questão de não se frustrar tantas vezes. Mas o ser humano consegue ter motivação para a vida, se relacionar bem com as pessoas, se comprometer com metas e tudo o mais que torna a nossa vida no mínimo mais fácil (sem falar mais feliz), sem ter expectativas? Sinceramente, acho difícil.

Por isso, meu entendimento é outro. Expectativas nos movem, fazem nosso coração bater mais forte, nos fazem levantar da cama cedo cheio de energia, nos tiram da inércia e alimentam a nossa imaginação. 
O que funcionaria melhor, na verdade, seria aprender a lidar com os resultados negativos que não esperávamos que acontecesse. Dá para ver a diferença?

A possibilidade de algo ruim ocorrer é sempre real. 
Mas, talvez, se a gente conseguir esclarecer quais são as pistas que me levam a crer que algo vai ser de um jeito ou de outro, isso possa ajudar a lidar com a realidade (seja ela qual for) quando de fato acontecer. Começando a perceber melhor se há diferenças entre o que eu estou criando na minha cabeça sem ter evidências (possibilidades) e o que essas pistas estão me mostrando no cotidiano (probabilidades), já é um ótimo começo.

O que quero dizer é que, quanto mais eu consigo enxergar pistas no dia a dia - pouco a pouco, uma a uma - mais eu traduzo os meus achismos em coisas prováveis ou não de acontecer, e dessa forma, automaticamente me regulo sobre como reagir. 

E assim flui. Naturalmente. 



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